02 junho 2006

Como vencer a Guerra - o livro

Índice

Prefácio

Bom Dia!

Muito antes da Catástrofe

Um caminho diferente

A importância de viver a Saudade!

O amor mantém a família

O livro da Guerra (15-9-2001)

Desde o dia em que nasci

Sem mitos o homem surge na Terra

A primeira noite do Homem

A Primeira Música

Os primeiros filhos sábios

A primeira viagem

A primeira conquista

A fome, a luta e a Esperança

A cidade das terras do alto

Lembrar da Esperança

As Sementes da Felicidade

A viagem dos filhos e filhas mais velhas

As sementes do amor

O mistério do Amor que é Diferente

O que o mais velho de todos aprendeu

A morte das Crianças!

Descobrindo a força do Amor

Na Terra do Fogo

A espera e o nascer das sementes do amor

A morte e a Saudade

A herança da terra do fogo

São 40.000 anos

A morte o medo e a guerra

A força do Canto

Sobre o autor




Prefácio

Certas obras são escritas através da alma para que o ser humano possa expressar seus sentimentos

A todos aqueles que necessitam da sua parcela de esperança, esta é uma chance de resgatar 40.000 anos de Humanidade.

Batizo de Homo Indultus o ser que resgata este Senso de Humanidade, com a leve desconfiança que muitos outros já o fizeram, dando de si para o mundo, sem esperar qualquer reconhecimento.

A Guerra e o Medo, são fragmentos de um passado que nos aflige na intimidade brutal e ferozmente.

A Saga Humana é então contada através das inesquecíveis músicas que ensinaram aos nossos antepassados o caminho da civilização e do amor.

O medo é então finalmente vencido pela vida no exato momento em que reencontramos o caminho para o nosso próprio EU através do Canto!

Bom Dia!

Exatamente 4 dias após o ataque de 11 de Setembro de 2001 contra os Estados Unidos, numa noite de insônia resolvi escrever este primeiro livro.

Resolvi que só me levantaria ao terminar e quando o dia amanhecia, as últimas linhas eram escritas em pleno 15-09-2001.

No dia 16 resolvi fazer um capítulo de comentário, para que todos pudessem compreender melhor esta história de 40.000 anos de Humanidade e de luta para sobreviver.

Diante da guerra invisível que se institui na Terra, é meu dever escrever para não esquecer.

Muito antes da Catástrofe

Muito antes desta catástrofe de 11 de Setembro de 2001, já há muito percebia que a Humanidade estava muito triste

Conheci neste período muitas pessoas deprimidas e com problemas de ânimo e depressão.

Algumas tomavam prozac, outras buscavam terapias e alternativas das mais variadas formas.

A depressão possui vários estágios e o mais clássico deles é a dificuldade de se acordar cedo, o desânimo que domina o corpo e a mente, a tristeza da alma que nos espanta a fome, um medo quase físico que ataca a pele e nos enfeia.

Vi pessoas com depressão pelas ruas, amigos, parentes, clientes e desconhecidos.

Vi pessoas que se rebelavam à idéia de que estavam com problemas, vi pessoas em pânico sem saber o que fazer, ora explodindo em violenta emoção, ora buscando saídas que não resolviam.

Vi muita mentira e atos desleais, vi pessoas desesperadas empurrando problemas para cima dos outros e em repleta e total infelicidade.

Alguns diziam que a vida é isso mesmo, e por vários momentos quase desisti do que sempre acreditei e cultivei.

Um caminho diferente

Na busca por um caminho diferente, peço a Deus a proteção da qual preciso, pois sei que sou uma voz que se perde na multidão, mas sei muito bem que um ser humano faz a diferença, pois a vida é muito forte e todos amam a vida!

Reproduzo passo a passo as conquistas da Humanidade, dando a receita de como se espanta o medo e se vence a depressão.

Quando vemos pessoas enfeiadas, tamanho seu desespero e dor, devemos pensar que olhamos uma janela de tempo, e que o medo destas pessoas está preso à um passado de 40.000 anos atrás.

Devemos todos lutar pois a vida vale a pena, o caminho é o mesmo de nossos ancestrais milenares.

Aos adultos, sejam homens, ou mulheres, digo a todos que não tenham vergonha de sentir saudades, pois a saudade é muito importante e nos torna fortes, mesmo que não possamos compreender a razão disto tudo.

Muitas pessoas com câncer terminal vivem suas saudades, buscam nas lembranças pessoas que lhes foram importantes e ligam para elas, e procuram estas pessoas para conversar, para tocar, para olhar, pois isto as torna muito fortes, mesmo que elas não entendam o que é isso!

A importância de viver a Saudade!

Em vários momentos de desespero, eu senti muita saudade, mas deixei de enfrentá-la pois tive receio de não ser recebido como desejaria e assim vi minha avó materna morrer sem ter tido tempo de dizer quanta saudade eu tinha por ela.

Hoje compreendo que isto me impediu de ser forte, de ser mais forte e enfrentar os medos que tinha.

E com a avó que morreu, perdi um elo com meu próprio passado e hoje lamento de não ter sido mais carinhoso, pois não assumia a saudade que senti.

Penso diariamente em muitas pessoas, penso que poderia ter conversado muita coisa legal, muita coisa bonita, que poderíamos ter rido muito, partilhado alegria e felicidade e semeado o amor em momentos do passado.

Mas tais sementes que poderiam ter existido, jamais germinarão, pois o amor precisa ser cultivado e lembrado todos os dias.

Lembro todos os dias de muitas pessoas, muitas vezes ligo para elas para conversar e elas pensam que é para pedir emprego, é claro que estou desempregado, mas muitas vezes quando procuro uma pessoa, isto não é o mais importante, eu procuro a pessoa para sentir que estou vivo, e que existe um sentido para a vida e que pudemos partilhar de momentos muito importantes.

Esta forma de ser é meu jeito de ser diferente, às vezes me pergunto se não deveria ser mais objetivo, e aí lembro que tenho uma família e que preciso ter saúde, manter-me vivo, respirar!

O amor mantém a família

Apenas com dinheiro não se mantém uma família!

Vejo muitas famílias que não vivem o amor... pois não semeiam e mesmo que fiquem a esperar, nada, nada germina, pois o amor não foi plantado e portanto não será colhido.

Às vezes fico aflito, mas procuro não descontar em meus filhos, para que eles não fiquem aflitos também, a vida tem seus segredos e um deles é que os filhos precisam ser felizes, e estarem preparados para a esperança e para o amor.

Portanto escolhi o caminho mais longo, o mais longo deles, mas tenho certeza de que na linha de chegada tudo será diferente, pois o amor é diferente e cada qual é de seu jeito, modo e estilo.

A família como um todo deve andar unida e vencer unida os momentos de dor e de dificuldades, pois com o tempo tudo melhora, e as sementes plantadas com carinho, acabam por germinar; e se regadas com amor todos os dias, todos ficam mais fortes, pois a vida é difícil mas todos precisam da vida, pois a vida é muito importante.

O ato de enviar esta mensagem a vocês é uma lembrança, é a saudade que não tenho medo de viver, quem sabe assim, alguma coisa mude e as pessoas possam viver a esperança sem medo.

Creio que quem achar importante esta mensagem, acabará por enviá-la para as pessoas que desejaria encontrar, desta forma, cada um de nós cumprirá o papel de vivenciarmos nossas saudades, para assim nos fortalecermos para a vida e para o amor que é muito forte e que precisa ser semeado todos os dias.

Prefiro falar muito do que pouco, pois não sei se terei outra oportunidade de fazê-lo.

Espero ajudar a todos com este esforço, mas creio que quem compreende também o fará.


O livro da Guerra (15-9-2001).

O objetivo deste livro é explicar a natureza da sobrevivência humana.

O homem ora está lutando contra as adversidades naturais, ora contra seus inimigos dentre o qual o mais belicoso é o próprio homem.

Da Antropologia saem os estudos que demonstram que em uma sociedade de alto nível tecnológico muitas vezes coexistem homens com diferentes estágios evolutivos vivendo contiguamente: Neandertais e Homo Indultus.

Este neologismo Homo Indultus diz respeito a aquele que além de sabedoria tem a indulgência; é o ser conciliador, apaziguador das massas de desesperados ou sábios que buscam infrutiferamente uma saída justa para um mundo injusto.

O fato é que a vida não foi feita para se enriquecer, mas para sobreviver.

A vida pela justiça, também é uma busca constante, infinita, imortal!

O homem que vive em função da riqueza, jamais será livre, muito menos estará preparado para o caos, para a queda e o recomeçar de novo.

O livro da Guerra ensina justamente como se dá este recomeçar, como é possível a qualquer homem ou mulher reconstruir sua vida a partir das cinzas de uma vida anterior, destruída ou pela guerra do mundo, ou pela própria guerra interior que travamos ao crescer e envelhecer.

A luta pela sobrevivência constitui uma guerra diária, dentro da qual gastamos todas as nossas energias para deixar marcas de nossas existências humanas, seja pelos filhos e descendências que deixamos, seja por nossos feitos, ou pelo que venhamos a ensinar.

Sem esta essência de verdade, a guerra, a vida como um todo perde seu sentido, compreender a guerra, possibilita unicamente a consciência de evitá-la.

Desde o dia em que nasci

Qualquer pessoa poderia escrever este livro, contudo a mim coube esta tarefa, bela tarefa, prazerosa tarefa, para a qual venho preparando-me desde o dia em que fui concebido, no lado oposto da terra onde nasci.

Meus pais me conceberam no Japão, foi lá que óvulo e espermatozóide se uniram formando "o que Deus une e que o homem não separa".

Mas respirei pela primeira vez no Brasil, sou portanto cidadão do mundo, gerado em um lado e nascido no outro lado do planeta.

Em meus estudos compreendi que existe um ciclo natural que nos compreende e ensina a arte de sobreviver.

Como homem natural, escrevo a todos aqueles que por ventura também sintam o que sinto.

Todo aquele que entende o ciclo da vida, sabe por essência que a Humanidade compreende o Homem e a Mulher, bem como as crianças e as infinitas criaturas com as quais vivemos desde o nascer.

O meu sentir será percebido durante a leitura deste livro, e este sentir será o meu presente para todo aquele que um dia o ler.

Sou eu que escrevo, mas quem fala é Deus.

Que o livro da Guerra encerre tudo que causa a dor, pois a maior guerra, se dá na verdade em nosso interior.


Sem mitos o homem surge na Terra.

A milhares de anos, o ser humano surgiu na Terra como um animal de instintos especiais.

Contudo, como todo animal inteligente, sua preocupação prevalente era o medo de morrer.

Era o medo de morrer vítima de um predador, de um tigre, de uma serpente, ou de um inimigo qualquer.

Era o medo de morrer de fome, de sede, de frio, de medo.

Tal era intenso este medo, que o homem sentia-o na pele, como uma couraça que o sufocava, que o apertava, que o oprimia e roubava-lhe a liberdade, a capacidade de sentir e expressar: a capacidade de sonhar.

Como uma máscara o medo impedia a expressão de qualquer sentimento de humanidade, transformando-o em bicho de face enrugada e sem brilho próprio.

A face deste homem era dura, marcada ferozmente pela incerteza de estar vivo no dia seguinte.

Seu olhar perdido, era um olhar voltado para dentro d´alma, pois era este o limite de sua visão, de sua consciência, de sua intenção, pois nada havia nele para ser dividido com o próximo, muito menos para com os mais novos.

Este homem cheio de temores, atravessava suas noites em incertezas intermináveis: pesadelos!

A todo momento fugia-lhe a alma, e sem calma, suas noites eram de angústia e acordava o homem exaurido de suas forças, pois apesar de primitivo tinha consciência de seu sofrimento.

E como ser vivo a tinha... bela consciência de existir; contudo, na imensidão dos dias que se sucedem o homem fugia de suas sombras, sempre a mercê do próprio medo, totalmente paralisado, seja pelo medo ou pela angústia de viver.


A primeira noite do Homem.

A única música que o homem conhecia era o próprio bater do coração... tum tum... tum tum...

E esta música apenas o afligia ainda mais, atrapalhando sua concentração nos campos de caça, tirando sua capacidade de corresponder imediatamente a qualquer perigo, era suplício que o perseguia: o som do medo!

Era este som angustiante que agredia sua pele, e amplificava seus temores através da adrenalina.

Na noite fria o homem encontra-se em seu abrigo, e mal havia o fogo, apenas sua família.

Cercado no frio para se esquentar mutuamente, o homem descobre um novo tipo de música a partir do gemido uivante de um outro homem qualquer...

E apesar da dor... ele sente alívio... e em uníssono vários homens se reúnem para cantar... o que foi a primeira música!

A Primeira Música

Esta música primitiva e grotesca, refletia a incerteza de viver, contudo, na união das vozes ficava claro que ele já não estava mais só... e na união dos cantos, esvai-se o medo, e pela primeira vez o homem sente o aconchego e repousa com ternura...

Sonha o homem que sua música espanta o medo...

Esta é a sua nova arma... invisível mas fatal...

E na manhã seguinte ele se lembra de um sonho... o primeiro sonho do homem em uma vida de incertezas e medo... medo este vencido pelo som da música que ele cantou, junto a outros homens para não se sentir só...

A lembrança do sonho o descontrai e ele canta para família que o acompanha...

Sob o sol do dia o homem descobre a dança... balançando o seu corpo junto à família ao som da música...

Ao sabor da vida ele se deleita com tal calor... embalando em seu cântico a alegria de viver...

E quando ele parte para os campos de caça, seus passos agora estão firmes, pois o homem não se sente mais frágil...

E homens uivando avançam destemidos, pois sob o ritmo da caça eles se sentem unos, e portanto fortes!

Com o medo esvaído a pele relaxa, a expressão do homem torna-se calma... e assim ele pensa... e assim ele pensa pela primeira vez... calmo... com a tez relaxada...

A mulher o recebe após uma bem sucedida caçada, ela o repara mais jovem, sem a testa franzida que sempre o acompanhou...

Na noite seguinte a cútis tranqüila lhe desperta o libido... e sem medo ele goza... e tranqüiliza a mulher em gesto frágil, expressivo...

E no uníssono do canto já não há tanta dor... surge o afeto... e assim o homem se revela além de calmo... sem medo... muito prolífero... e amoroso com seus filhos... os primeiros filhos de um homem sábio:

Homo Sápiens, o primeiro de todos!

Os primeiros filhos sábios

Filhos e filhas já crescem sem medo... não mais animais!

Quando o primeiro filho tornou-se homem... ao contrário do pai não disputa a mulher... já não tem pressa...

O primeiro filho já não é vítima daquele medo abissal, quase físico, de pele, paralisante!

Ele observa o pai e o conquista com seu canto... com sua dança... e o pai o contempla sem disputa...

O primeiro homem sábio observa a um outro homem que não lhe causa temor...

E quando a primeira filha se torna mulher... ela se une ao primeiro filho... e eles partem destemidos em busca de um novo campo... de novas caças... de uma nova Família...

De uma nova Família que ao contrário das outras não mais será solitária, isolada... de uma nova família: solidária!

E o primeiro filho um dia tornar-se-á o primeiro avô do primeiro clã... que destemido adentrará os campos de caça... não mais uivando como seus antepassados, mas em silêncio...

O Homo Sápiens compreende agora que são fortes... pois são calmos e sabem esperar em silêncio...

E nos campos de caça todos caem em suas ciladas... mesmo os mais fortes... mesmo os mais fortes sejam homens ou animais!

O primeiro avô é um homem sábio... é um homem silencioso que canta uníssono sem qualquer temor... ele domina seus medos... e sua voz é um manto... sem gemido ou dor...

O Homo Sápiens povoa a Terra... seus clãs numerosos expulsam o homem que teme... o homem que teme com suas pequenas famílias...

E então na Terra não mais persistiu as famílias do medo... as famílias de homens que temiam a dor!

A primeira viagem

Dos Cantos da Terra, homens sábios escolheram os que mais lhe marcavam... e repetiam estes cantos para a dor e amor...

Associaram outros cantos aos ventos... às águas... ao alimento... às mulheres...

E então a língua surge até antes do fogo... e através da música passa o homem a viver e a ENSINAR!

Os clãs de então buscam terras distantes... pois distantes da guerra já não querem lutar... com outros homens sábios...

A primeira viagem se deu ante o grande mar... ante a água salgada que não se via findar... e o homem flutua sobre as águas... em busca de uma nova família... de um novo mundo... sempre em busca de um sonho...

A primeira conquista

A primeira conquista se deu numa terra distante... muito tempo depois do primeiro avô...

O homem atravessou o grande mar... e em sua nova terra se estabeleceu para ficar...

Os clãs cresceram e não mais se fragmentaram... vez por outra chegavam novas famílias do mar...

E a primeira cidade cresceu sem motivo... sem motivo além da vontade de estar... muitos entre muitos...

Com a seca e a fome muitos homens morreram... e a fome era tanta que chegou o homem a lutar... homem contra homem...

Mas o mais velho de todos interveio com seu canto... e contou sobre a grande travessia... que a quase todos matou... e os outros homens se calaram...

A fome, a luta e a Esperança

Mas pouco tempo se passou e novamente houve luta... e pensou o homem sábio até quando lutar... e cantou de homem para homem... que aquilo traria de volta a dor... e todos se calaram com a lembrança do Medo!

Mas a fome era maior que a lembrança do Medo!

E novamente os homens lutaram... e cansado de lutas o filho mais velho cantou sua tristeza... e todos escutaram em silêncio... pois estavam fartos e não queriam morrer... ter fome e temer!

Todos os filhos mais velhos se uniram... e cantaram com o poder da juventude uma cantiga diferente... nascia assim a esperança... a cantiga da esperança...

Todos choraram pois não queriam lutar...

E então reuniram-se todos os filhos mais velhos e as filhas mais velhas... e juntos partiram para que houvesse esperança...

E estes jovens partiram em busca da terra da esperança... e assim a encontraram nas terras altas...

Nas terras altas havia uma grande água... e na abundante água haviam peixes que alimentaram toda a fome... e as lutas cessaram e não houve mais dor... muito menos temor... pois os jovens cantaram e trouxeram comida das terras do alto!

A cidade das terras do alto

Muitos filhos nasceram e uma nova cidade surgiu nas terras do alto...

E os filhos de lá não mais desciam todos os dias para trazer comida... mas também não havia mais fome... e em todas as noites se cantava a esperança... para que jamais se esquecesse que os jovens derrotaram o temor... e o medo...

Muitos outros filhos nasceram e muitos avós morreram... mas a esperança nunca mais foi esquecida... e trouxeram os das terras do alto flores coloridas... que deitaram sementes colorindo as terras de baixo...

Os homens perceberam que as mulheres ficavam alegres com as flores coloridas... e com os cheiros gostosos das flores de cor...

As mulheres se uniram de alegres que estavam... e entoaram um canto de alegria e cor... cantaram a felicidade que sentiam com a cantiga da felicidade... e as crianças gostaram e não mais pararam de cantar esta cantiga... a cantiga da felicidade...

Por fim até os homens cantaram... e esqueceram da caça!

Quando os homens cantam a felicidade até esquecem da caça, mas ninguém sente fome!

Para agradecer, as mulheres das terras de baixo foram até as terras altas e cantaram a felicidade... e todos lembraram das flores coloridas e dos cheiros gostosos... e novamente as crianças gostaram e não pararam de cantar a felicidade...

E o homem entendeu que a felicidade está em todos os lugares... e que todos gostam de cantar esta música...

Quando novamente ficou seco e todos estavam com fome... eles lembraram da felicidade e cantavam esta cantiga... e assim esqueciam do medo e da fome... e lembravam das flores coloridas de cheiros gostosos e das crianças que gostavam da felicidade e esqueciam que ficou tudo seco...

Lembrar da Esperança

Mas certo dia nas terras altas um homem lutou e matou outro homem...

Todos ficaram tristes e lutaram...

Muitos homens morreram...

Havia pouca comida e todos estavam com fome e medo...

Era tanto medo que ninguém lembrou da esperança...

Tentaram cantar a felicidade mas todos estavam tristes...

Pois queriam de volta os homens que morreram...

Desde a grande viagem nenhum homem matara outro homem novamente... e de repente muitos homens morreram...

Havia muita gente e pouca comida... muito tempo havia passado e muitos avós morreram...

E todos ficaram muito tristes... e começaram a chorar...

O choro dos homens, das mulheres e crianças era muito triste... tão triste que eles não conseguiam mais cantar a felicidade...

E as flores que haviam na cidade das terras altas murcharam, pois elas eram amigas dos homens que morreram e estavam tão tristes que murcharam...

E tudo ficou tão triste que todos esqueceram da felicidade e as flores morreram...

As Sementes da Felicidade

Mas o mais velho de todos ainda tinha sementes de flores secas mas muito coloridas e cheirosas... e ele levantou a mão e todos lembraram das flores...

O mais velho de todos cantou a felicidade... e todos se lembraram dela, mas ninguém cantou, nem mesmo as crianças... todos estavam tristes com a guerra pois morreram muitos homens...

E todos então cantaram a cantiga da guerra... para que todos se lembrassem que muitos homens morreram e que lutar só traria mais tristeza...

E até os mais fortes entenderam que a guerra é tristeza... e até os mais fortes cantaram a guerra e aprenderam que não deveriam ser tão fortes pois ficariam tristes... e eles cantaram tão alto que até os que moravam nas terras de baixo escutaram esta tristeza e também aprenderam que a guerra só traz tristeza e que até as flores morrem e as crianças ficam tristes e esquecem a felicidade...

E todos se uniram esperando que as flores renascessem...

O mais velho de todos levantou as mãos e mostrou as sementes secas e as flores secas... e cantou novamente a felicidade mas todos estavam muito tristes...

Foi então que a mais velha de todas se lembrou da esperança e cantou novamente a canção da esperança e os mais velhos lembraram da esperança... e pensaram se não haveriam terras mais altas ainda... com muita comida e mais flores...

A mais velha de todas cantou a esperança mais alto e todos se lembraram da esperança e cantaram também...

Foi então que os filhos mais velhos entenderam... e chamaram as filhas mais velhas para cantar a esperança...

A viagem dos filhos e filhas mais velhas

Todos os filhos mais velhos e as filhas mais velhas deram as mãos... e se prepararam para viajar... em busca de terras mais altas para trazer de volta a felicidade...

E todos esqueceram da fome e do medo... e todos lembraram que a esperança é uma coisa boa... mesmo que todos os filhos mais velhos tenham de partir para bem longe...

Ninguém teve medo... e todos ficaram alegres e cantaram de novo a felicidade e entenderam que os jovens eram muito importantes, mesmo não sendo tão fortes quanto os homens de verdade...

Os filhos mais velhos ficaram agradecidos e pegaram as filhas mais velhas e partiram felizes...

Todos cantavam a felicidade e se lembraram das flores e dos cheiros gostosos...

As crianças ajudaram o mais velho de todos a plantar as sementes e ficaram cheirando as flores secas para espantar a fome... e todos ficaram felizes novamente...

Na partida dos filhos mais velhos e das filhas mais velhas todos choraram de felicidade... e as lágrimas caíram sobre as sementes de flores e as flores ficaram contentes pois todos estavam chorando de alegria...

Depois de algum tempo as flores nasceram e ficaram coloridas e cheirosas... mas então já fazia muito tempo que os filhos mais velhos e as filhas mais velhas haviam partido...

De vez em quando o mais velho de todos chamava a mais velha de todas e cantava a guerra... para que todos se lembrassem que a guerra fazia as crianças ficarem tristes e a felicidade morrer...

E então até os mais fortes de todos choravam por causa da guerra e pediam desculpas para as crianças, mas as crianças cantavam a cantiga da esperança e todos ficavam alegres novamente e olhavam para o alto, onde os jovens haviam partido em busca da felicidade...

E todos acabavam orgulhosos dos jovens e ficavam alegres...

O mais velho de todos então cantava a felicidade e todos entendiam que a felicidade é muito triste de perder e que a guerra deixa todo mundo triste também...


As sementes do amor

Muito tempo se passou e um dia os filhos mais velhos e as filhas mais velhas voltaram como homens e mulheres de verdade...

Eles traziam muitas flores e sementes de flores e outras sementes diferentes...

Eles cantaram uma cantiga nova e cavaram a terra colocando sementes...

E todos entenderam que as sementes diferentes eram para plantar nos buracos da terra e perguntaram para os homens e mulheres de verdade que voltaram porque eles cantavam o amor...

Eles cantaram o amor novamente para que as crianças aprendessem direitinho... e ensinaram as crianças a cavar buracos e plantar as sementes diferentes que eles haviam trazido...

Todos choraram de alegria pois os jovens haviam voltado e as sementes diferentes ficaram molhadas de lágrimas...

Os jovens que haviam voltado como homens e mulheres de verdade ficaram mais um tempo antes de voltarem... até terem a certeza de que todas as crianças haviam aprendido a cantiga do amor e plantado as sementes em buracos na terra...

O mistério do Amor que é Diferente

No dia da partida todos se reuniram e cantaram a felicidade... as crianças cantaram a música que haviam aprendido com os jovens que voltaram... e ficaram contentes... de terem aprendido a canção do amor.

Todas as crianças aprenderam a cantar o amor mas não entendiam porque tinham de cavar buracos e plantar aquelas sementes diferentes e esperar tanto...

Algum tempo passou e as crianças perceberam que as sementes diferentes estavam nascendo... e que se elas cantassem todos os dias a canção do amor elas ficavam mais bonitas...

E todos os dias elas cantavam a cantiga do amor para não esquecer...

Depois de algum tempo todos ficaram admirados que as sementes diferentes viraram plantas e árvores coloridas...

De algumas sementes nasceram frutas coloridas e gostosas...

De outras plantas sugiram folhas verdes que também eram gostosas de comer...

Haviam sementes que eram duras e tinham casca dura...

Foi então que as crianças entenderam que o amor é diferente e que cada semente nasce de um jeito...

As crianças entenderam também que o amor tem que ser plantado e que sem semente não adianta ficar esperando...

É preciso cavar um buraco, plantar a semente e cantar o amor todos os dias... para que depois de algum tempo o amor floresça com seus frutos e folhas coloridas... cada um de um jeito e todos gostosos e bons de comer...

As crianças que já tinham ficado grandes pediram para o mais velho de todos ensinar para as crianças pequenas a canção do amor...

E todos cavaram juntos buracos na terra e plantaram as sementes do amor... pois compreenderam que para o amor nascer é preciso que todos ajudem e que todos cantem a canção do amor todos os dias...

O amor nasceu e ensinou as crianças que cada um é diferente... e que cada semente acaba virando uma planta boa para as pessoas quando se canta o amor com carinho...

As crianças então ficaram felizes de cantar o amor... e entenderam que o amor é bom e tão importante quanto a felicidade e a esperança...

Mas entenderam também que o amor é diferente e que precisa ser plantado e cuidado todos os dias...

Depois que aprenderam isto as crianças dormiram felizes e compreenderam que tal qual sementes cada um também é amor quando existe carinho e sementes boas...

Mas as sementes precisam ser plantadas senão não adianta ficar esperando... esperando...

O que o mais velho de todos aprendeu

O mais velho de todos ficou surpreso pois jamais imaginou que aprenderia uma coisa nova... ainda por cima de jovens que partiram em tempos difíceis...

Ele viajou para as terras de baixo para ensinar o amor para as crianças de lá...

Ele compreendeu que as crianças que entendem o amor crescem mais felizes e tem menos medo de viver a esperança!!!

O mais velho de todos chamou a mais velha de todas e os dois choraram... pois jamais imaginaram que os filhos mais velhos e as filhas mais velhas iriam ensinar coisas novas para eles que já estavam velhos...

Os mais velhos de todos entenderam que o amor é diferente e que por isso deveriam respeitar os jovens e as crianças...

Compreenderam também que os jovens sofreram muito, mas graças ao amor eles venceram a guerra e voltaram felizes para partilhar o que aprenderam... e que eles, os velhos, deveriam aprender a partilhar também, mesmo que para isso tenham que aceitar o que é diferente...

Todos choraram muito e as sementes do amor nasceram ainda mais fortes... e todos jamais se esqueceram que os jovens partiram para lutar contra a guerra...

Eles sofreram mas venceram a guerra com o amor que é diferente... e graças a eles as crianças puderam também aprender do amor sem viver a guerra... e que isto tornou as crianças mais fortes e felizes e com mais força de viver a esperança!

Os mais velhos de todos morreram felizes... e agradeceram aos mais jovens que viraram homens e mulheres de verdade por terem voltado e ensinado o amor... que afastou para sempre a guerra!!!

As sementes do amor continuam a nascer...

Mas é preciso não esquecer de ensinar as crianças sobre o amor que é diferente, e que precisa ser plantado e cultivado com carinho...

A canção do amor é muito saborosa... e as crianças cantam felizes para saborear os frutos gostosos e coloridos... e assim elas ficam fortes para viver a esperança sem medo da guerra...

A morte das Crianças!

Muito tempo depois novamente veio a guerra...

O mais velho de todos cantou tudo o que sabia mas nada adiantou...

Todos estavam brigando muito e as crianças estavam morrendo...

Ninguém sabia o que fazer...

Os mais velhos então lembraram da esperança e cantaram a cantiga da esperança...

Os filhos mais velhos e as filhas mais velhas que são jovens entenderam muito bem que era hora de viajar e buscar de volta a felicidade antes que todas as crianças morressem...

Todos estavam tristes e com medo da guerra...

Eles entraram num grande barco e atravessaram o lago que era imenso...

Não sabiam o que havia do outro lado e tinham medo... mas eles haviam aprendido que o amor é diferente e que precisa ser plantado e cultivado com carinho...

Eles navegaram muitos dias e nada de terra boa e de comida...

Mas eles cantavam a cantiga da esperança todos os dias...

Descobrindo a força do Amor

Os jovens em pouco tempo perceberam que o amor é muito forte e se tornaram homens e mulheres de verdade...

Depois disso nasceram muitas crianças... e os jovens entenderam que a vida é importante... e cantaram a canção da vida muito felizes...

Eles compreenderam que para ser feliz basta cantar a vida que os transformou em homens e mulheres de verdade e lhes devolveu as crianças...

As primeiras crianças que nasceram choravam e eles ficavam preocupados... mas a vida ensina que a mãe é muito importante e que a criança gosta muito da mãe...

A criança quando fica perto da mãe fica muito forte...

O pai fica preocupado com a criança mas todos ficam felizes e alegres pois o amor é diferente...

Na Terra do Fogo

Muito tempo se passou e ainda não haviam chegado do outro lado do lago...

Mas certo dia o barco bateu em alguma coisa e eles perceberam uma terra diferente...

Ela não tinha flores... mas era grande e tinha bastante pedras...

Todos desceram do barco com as crianças...

Os homens resolveram explorar aquela terra e saber se era perigoso...

As mulheres ficaram todas juntas protegendo as crianças... mas as crianças estavam alegres e cantavam muitas canções que tinham aprendido...

As mulheres riam achando engraçado, mas elas estavam preocupadas pois não havia comida...

Os homens voltaram e não acharam comida... todos ficaram preocupados mas cantaram a esperança... pois perceberam que a vida é muito importante e que é preciso lutar por ela...

As crianças estavam todas alegres pois estavam perto de suas mães...

Os homens ficaram preocupados mas cantaram a felicidade para ensinar às crianças a cantiga da felicidade para que elas aprendessem e não esquecessem...

Os homens entenderam que lutar muitas vezes era cantar a felicidade mesmo nos momentos em que eles queriam chorar...

As mulheres admiraram os homens pois eles estavam cantando a felicidade e choraram de alegria e cantaram também...

Os homens disseram às mulheres que a vida é muito importante e que as mulheres também são muito importantes...

As mulheres ouviram isto e ficaram felizes e se sentiram fortes para cuidar das crianças...

As crianças estavam felizes pois estavam ao lado de suas mães e todos dormiram e sonharam com a felicidade...

No dia seguinte os homens acordaram mais cedo e buscaram comida bem longe...

Eles cantaram bem alto a cantiga da esperança para as mulheres saberem onde eles estavam...

E então eles entraram um lugar bem bonito para eles ficarem...

Os homens voltaram para os barcos e levaram as mulheres, as crianças e as sementes que eles haviam trazido para ensinar às crianças a canção do amor...

No lugar bonito que eles descobriram havia água e as crianças cavaram buracos, plantaram as sementes e aprenderam a cantiga do amor para cantar junto com seus pais...

A espera e o nascer das sementes do amor

No começo foi muito difícil, mas depois as coisas foram melhorando... e um belo dia as sementes nasceram...

Junto com as sementes do amor haviam sementes de flores... e logo que elas floresceram ficou tudo colorido e com cheiro gostoso... as mães ensinaram então às crianças a canção da felicidade, para que elas ficassem fortes e saudáveis...

O tempo passou e os homens e mulheres de verdade entenderam que a vida é muito difícil e que o amor é diferente...

Eles aprenderam que a felicidade, o amor e a esperança são importantes para vida, e que as crianças precisam que eles cantem para elas, mesmo que tudo esteja muito difícil...

As mulheres perceberam quanto é difícil a vida dos homens e que sem eles elas não poderiam lutar pela vida...

Elas entenderam também que o amor que é diferente não é a mesma coisa que lutar pela vida, pois a vida é muito mais difícil do que parece... mas a vida dá força, é por isso que o homem admira a mulher que tem o dom da vida...

Em muitos momentos os homens e as mulheres choraram pois estava muito difícil... mas graças à esperança eles puderam ter suas crianças de verdade... e isto era o mais importante de tudo o que aprenderam...

A morte e a Saudade

Muito tempo se passou e muitas coisas eles aprenderam...

Algumas pessoas morreram e eles cantaram a saudade... pois não queriam ficar fracos...

Se não cantassem a saudade a vida iria embora, pois a vida é muito difícil e é preciso lutar por ela...

Eles nunca entenderam porque precisavam da saudade, mas ela foi muito importante e os fez muito fortes...

Eles então acharam que a saudade é um tipo diferente de vida que não devolve as crianças mas que faz os homens e mulheres ficarem fortes...

Eles cantaram a saudade como um mistério de suas almas...

Mas as crianças entenderam e quiseram aprender tudo aquilo que dava saudade para os pais...

E assim as crianças ficaram fortes... pois puderam ajudar os seus pais a entenderem a saudade...

Mas para os pais isto continuou um mistério que cantavam para não se sentirem fracos e vazios...

A saudade é muito forte quando se precisa...

E canta-se saudade com o coração embargado...

As crianças entendem e ouvem com atenção a cantiga da saudade... pois elas gostam que seus pais fiquem livres... e lavem suas almas até que não reste mais nenhuma saudade... pois a saudade é a prisão dos homens e mulheres de verdade... e isto eles jamais vão entender!!!

A herança da terra do fogo

As crianças cresceram fortes mesmo entre as pedras da terra do fogo...

E depois que seus pais morreram eles viajaram para o outro lado do lago para ver o que era a saudade... e ensinaram esta canção para os mais velhos que choraram... pois entenderam a imensa dor dos jovens que partiram cantando a esperança...

E depois de tudo todos se sentiram muito fortes pois a vida é muito difícil mas também muito importante... e todos, absolutamente todos amam a vida e não podem viver sem ela!!!

Muitas coisas foram aprendidas nestas viagens perigosas...

Os mais velhos entenderam que jamais deixariam de aprender com os jovens e com as crianças e com os homens e mulheres de verdade...

Os velhos então cantaram toda a saudade contida em toda a sua vida, e todos se encantaram com esta mensagem de amor que já não era diferente, mas muito real!

Os velhos então ficaram leves e partiram felizes... como crianças cheias de vida e amor... mas não de amor que é diferente... nem de vida que é difícil... pois finalmente os mais velhos entenderam que certas coisas acontecem para se viver o amor maior... a felicidade melhor... e a esperança real!

Muito tempo se passou desde então... muitas coisas emocionantes se sucederam... mas nada, mas nada foi tão importante que a vitória contra o medo, contra a guerra que impede o amor e o maior bem de todos nós que é a vida!

São 40.000 anos

Esta saga contada como um canto resgata consigo 40.000 anos de Humanidade, resgata a História do primeiro Homo Sápiens que venceu o medo e formou com a mulher o primeiro clã...

Esta também é uma ode à música, a mãe sábia que ensinou ao homem uma forma de não esquecer, perpetuando os sentimentos que ele havia aprendido através do canto...

O canto é muito importante para o homem e para a mulher, pois é através do canto que se ensina aos filhos valores, sentimentos e princípios como a felicidade, a esperança, o amor, a vida, a saudade e também a guerra que deve ser lembrada para que as crianças não mais morram e fiquem tristes...

O canto, muito além da linguagem é sentimento puro, é imagem que se lapida e não se esquece, mesmo na velhice pois é mantida com sentimento... e todos entendem...

O canto de hoje transcende a razão, pois a razão trouxe a guerra e afastou a esperança... e se não fossem os velhos ninguém mais lembraria dela e todos ficariam tristes...

Por fim entre tempos difíceis o grande barco parte para o desconhecido como numa cena bíblica e mortal...

Foi como um grande dilúvio...

E nas terras do fogo os homens, as mulheres e crianças lutam e morrem e descobrem a saudade... fechando um ciclo importante do viver...

Com a saudade os jovens ensinam aos mais velhos que sempre há muito mais a aprender, pois todos somos Um... somos seres humanos...

Milhares de anos são lidos em poucos segundo... pois a melodia é um dom que transcende a tudo... e toca o ser humano na sua melhor parte... e todos compreendem...

Esta mensagem pode ser traduzida para qualquer língua do mundo... pois todos entendem que a música é um princípio que une os homens e os torna calmos... silenciosos e pacientes...

E pode ser traduzida por qualquer língua do mundo pois foi recriada como realmente aconteceu... desde o primeiro homem... desde o primeiro clã que se formou após a grande travessia...

Explicar o amor e a saudade é uma missão impossível, portanto não explicamos o que é o amor e a saudade... mas contamos as histórias que um dia revelaram "O amor que é diferente e que quando amadurecido se revela amor maior..."

Contamos também que a saudade é muito importante e que os homens e mulheres de verdade não entendem e jamais vão entender o que é isso...

Mas também mostramos que viver a saudade torna o homem mais leve e livre para entender e compreender o segredo da vida, da liberdade e do amor...

A guerra é um evento recorrente nisto tudo... ela apaga a esperança e só causa tristeza e a morte das crianças...

E até os homens mais fortes choram quando lembram a guerra... pois todos morrem e as crianças ficam tristes...

O mais velho de todos sempre canta a guerra... para que ninguém se esqueça destas cenas de horror... cantadas com a lembrança da tristeza... do medo e do temor...

Mas os jovens sempre cantam a esperança... e quando tudo parece findar eles espantam a guerra e partem em busca da felicidade... e aprendem o amor e a canção da vida que é muito importante pois torna os jovens homens e mulheres de verdade...

A vida é muito importante e homens e mulheres aprendem que é preciso querer bem... pois um precisa do outro... e as crianças são muito importantes...

As lágrimas fazem parte da vida, pois a vida é muito difícil...

A mulher que tem o dom da vida é muito importante para as crianças que tem o dom do amor...

O amor precisa ser cultivado todos os dias, mas é preciso cavar um buraco e plantar as sementes do amor que é diferente todos os dias, pois sem sementes não adianta esperar e esperar...

O amor quando plantado pelas crianças fica muito forte... e os mais velhos de todos precisam ensinar a todas as crianças todos os dias...

A morte o medo e a guerra

A tentativa de racionalizar este texto levará à morte, ao medo e à guerra, pois o que foi construído em 40.000 anos não pode caber em um pensamento que não é grande, nem suficiente...

Mas o canto é muito importante e sincero... nele cabem milhares de pensamentos e sentimentos como a saudade... que homens e mulheres de verdade precisam sentir para ficarem fortes mas que jamais vão entender...

Só os velhos e as crianças entendem a saudade... pois é a ponte que une diferentes gerações ao longo dos séculos... e foram necessários 400 séculos para ensinar ao homem o que é a saudade...

A descoberta do amor... marca a agricultura... o momento em que a guerra é a afastada pelo poder do amor, o qual germina de sementes diferentes... deixando o homem o instinto sanguinário e carnívoro, para tornar-se amigo e generoso.

O amor ao contrário da felicidade precisa ser cultivado para depois de um dado tempo germinar...

O cultivar do amor afasta do homem a fome... e o homem sem fome fica tranqüilo e calmo... mais carinhoso com as crianças... mais atento para com a mulher...

O amor é alimento... o princípio maior da agricultura...

Ao passo que a felicidade é um estado emocional... a beleza da primavera e do colorido efêmero das flores...

A felicidade é um sentimento que a Mãe Natureza nos presenteia... mas que não é suficiente para afastar a tristeza das crianças e a guerra... pois a felicidade não nutre o homem como o amor que é diferente...

A guerra sempre é decorrente da fome... e nos momentos de guerra os jovens devem partir para achar um rumo novo... e preservar os cantos milenares de uma civilização...

As técnicas utilizadas na redação deste trabalho são simbólicas e fortes... e com poucas palavras descrevemos sentimentos complexos... sentimentos universais do homem e da vida que compreende tudo o que é vivo desde o momento em que nascemos...

Como homem... já vivi 31 anos e tenho 5 crianças... minha família é a primeira de um clã que se inicia agora... não tenho pretensão de ser mais do que um pai, um futuro avô e o mais velho de todos...

Minha mensagem ao mundo é que é preciso viver... e viver muito... pois a longevidade dos mais velhos garante um futuro sem guerras e crianças felizes...

Quem bloqueia seus sentimentos não está pronto para a saudade... e portanto não pode compreender o sentido deste amor... deste canto concebido na forma de letras e de texto... pois reside na forma o segredo da cor... da cor mais bela que só o pensamento constrói... no fundo da alma...

Lembremos que a flor nos dá felicidade... o segundo princípio deste mundo...

Esta foi uma carta de princípios declarada à humanidade...

Minha pretensão é que ela seja lida... e compreendida...

Por isso peço que copiem e distribuam aos seus amigos... aos seus pais... aos seus irmãos...

A força do Canto

É preciso ensinar às crianças que a música é muito importante... e que o canto as tornará mais felizes e fortes...

A força do canto é o oposto da guerra... portanto este é o livro que afasta a guerra... o livro que apaga a guerra... o mais antigo dos cantos... o princípio de uma civilização humana...

Espero nunca mais escrever um canto como este...

E como o mais velho de todos semeio este amor que é diferente... com a esperança de alcançar o amor maior com a sua lágrima, querido leitor... ou leitora... ou criança...

Para escrever este texto voltei 40.000 anos no passado... e senti medo... e vi a guerra... mas amo a vida acima de tudo... e não tenho vergonha de ter muita saudade...

Dedico este livro ao meu pai e à minha mãe... que me agraciaram com o dom da vida... e me fortaleceram com o seu amor...

Sou grato a eles por toda a eternidade... pois eles me ensinaram o canto da felicidade e da esperança... mesmo quando estavam tristes e com vontade de chorar... pois a vida é difícil quando não a compreendemos de coração...

Selo este livro com lágrimas para todos... são lágrimas sinceras que hão de molhar as sementes que germinam em vossos corações...

Acima de tudo está Deus... ele é o responsável de tudo o que aprenderam... eu fui apenas um mero escritor...

Obrigado a todos...

E vivam muito!!! (16-09-2001)

Sobre o autor

Falando um pouco sobre o autor, podemos dizer que foi uma pessoa que assumiu a responsabilidade da vida muito cedo.

Descobriu pelo erro que o poder da verdade é o único que realmente acalma e cura feridas muito profundas que carregamos em nosso interior.

Como sua vida foi muito difícil, também amou muito para sobreviver, e assim sua família se tornou numerosa, pois foi imenso o amor que o manteve vivo e são.

Sem medos, lembramos que viver o amor sem o princípio da verdade de nada vale pois os frutos do amor precisam ser cultivados com carinho para amadurecer.

Hoje, aos 31 anos me considero uma pessoa suficientemente madura para reconhecer que sem a mulher o homem de nada vale.

E que na família todos somos importantes e insubstituíveis e que nada, absolutamente nada impede a família de ser feliz, pois é no seio dela que o amor frutifica.

Posso dizer que minha história resume-se na família: na família que formei e construí, e na família que me criou e que procuro reconstruir.

A perda da mãe abala profundamente qualquer família, e hoje, posso dizer vivi a esperança para que continue vivo o sonho de revivê-la, não apenas a saudade da mãe, mas também a alma de uma família que muito sofreu por razões maiores que a vida poderia compreender, mas que eu no coração e na alma compreendo perfeitamente.

Como autor, penso que a felicidade é um sentimento, uma luz que não podemos apagar de nossas vidas, mesmo que tudo leve a concluir o contrário, mesmo que seja quase impossível viver: A Lembrança de um Sonho de 40.000 anos atrás.

Dedico também esta obra ao meu avô, cujo exemplo me motiva a viver junto à verdade.

Ele foi sincero em um momento muito delicado de minha vida, mas ele assim o fez pois foi o único capaz de enfrentar esta realidade, na qual poucos se expõem para dizer algo que dói, mas que no fundo cura e fortalece a verdade de uma família.