02 junho 2006

Sagrada Poesia - O livro

Sagrada Poesia - Crônicas poéticas de anos de fogo


Uma narrativa de experiências que abordam o universo da poesia como elemento de ruptura, de dor e amor.

O reencontro com o sacro, a consciência da vida.

Uma abordagem didática para entender de poesia.

Uma análise interpretativa do discurso poético para leigos e amantes, curiosos e jovens.

Esta obra é na verdade uma confluência de duas obras distintas, escritas simultaneamente no ano de 1990 e mais algumas poesias reunidas em um coletânea intitulada Crônicas Poéticas.

Chamadas inicialmente de Execussão de Fato, com dois "SS", e Raiz de Alquimia, estas obras foram enviadas para o Concurso Nestlé de Literatura e para o Projeto Nascente da USP.

Em 1991, com meu casamento, acabei voltando minhas atenções para o sustento da nova família e esporádicamente escrevi uma ou outra poesia.

Contudo a ilusão de publicá-las morreu, apesar de muito significarem para mim, na medida que foram o registro vivo de tudo que passei juntamente com meus irmãos, após a morte de minha mãe ao final de 1986.

Sem esperanças e pensando que nada mais seriam que lembranças pessoais, completei o sétimo ano de casado já com três lindos filhos, duas meninas e um menino.

Morta e enterrada a esperança, jurado e sacramentado o sonho, inauguro após oito anos uma nova fase em minha vida.

Renasce da realidade este trabalho literário com um novo significado, que é o que preservo de mais sagrado: o dom da vida!

Da caixa de papel para publicação, agora como um fato real, está a prova de que não me arrependo de ter sido o que fui e de ter escrito o que escrevi.

Pessoas importantes passaram por minha vida e pouquíssimas restaram, mas o mais valioso é a lembrança que não se apaga jamais!


Para aqueles que feri peço desculpas

Para aqueles que amei ainda amo

Para aqueles que incompreenderam o meu perdão

Para aqueles que restam o meu abraço

O meu amor, o meu tudo, minha paixão!


Viva a

Sagrada Poesia

A sacra poesia

Da Razão!

07.05.1998


Este não é um livro de poesia como a maioria, é algo mais difícil de traduzir, na medida que foi uma vivência de 24 horas, onde a todo momento surgiam reflexões e a possibilidade de pensar, de pensar poesia.

Exatamente por isso, estes instantes são repletos de significado, na medida que eles são a loucura do consciente de um jovem à mercê de um fato que o continha completamente.

Por sugestão de uma grande amiga, ela sabe quem é, pensei em selecionar algumas poesias em torno de uma temática, contudo a medida que tentava classificá-las fui tomando consciência que todas elas eram uma só, e que não podiam ser separadas umas das outras como filhos de uma família que perde a mãe.

Por isso agradeço, Heloiza, pela preocupação de me alertar a respeito das pessoas normais, contudo o que tenho que falar a você é que não sou normal, e que na minha loucura não poderia extirpar algo que faz parte de mim, na medida que isto "me" faria distanciar-me de verdade que alcança a todos nós, desta verdade que sua mãe, Dona Santinha, chama de Deus.


Sobre esta obra


O que posso dizer a respeito desta obra é a expressividade de cada poema, com os quais me emociono quando releio.

Esta intensidade, acho, chega a constranger o inocente, abalar suas estruturas emocionais, rever pontos de vistas e experiências na medida que permitem uma reflexão com direção, intensidade e sentido, trazendo-o para um universo narrativo onde a dúvida é a carne fraca, e o conflito, a força predominante e assassina.

Momentos de romanticidade não são permitidos, rimas banais censuradas, partes previsíveis alteradas buscando um permanente estado de reflexão.

Recomendo jamais ler mais de duas por dia, na medida que foram mais de 365 deles gastos para escrever.

Leia este livro por longos anos, pois longo foi o caminho que resgatou-o como valor.

Esta busca incansável pelo novo termina recaindo nos temas universais do ser humano, é impossível deixar de falar de amor, de amar, de dor, contudo tento expressar o lado inusitado de alguns valores, alguns aspectos didáticos da lei do mais forte, alguns instantes de lucidez ideológica, a busca pela vida, pela reprodução.

A busca infrutífera da terra, a reflexão sobre a grama solta, o valor, a urbanidade agregada à morte-viva ou viva-morte.

Contudo o desespero que me deprimia, contrabalançava-se com o que jamais concebera:

Andava, caminhava, ouvia e conversava com nuvens, olhando árvores e o amor com o vento a balançar suavemente suas copas, sacramentando a vida, o dom de Deus.

Postes que enferrujavam eram vivos, transformavam-se como as pedras, enquanto o frio envolvia a caminhada, mas o ar era pleno.

E a sensação mais valiosa que sentia, era que em meio à aquilo, nunca e jamais estava só.

Foi tudo isto, antes dos acontecimentos, do retorno à realidade, depois de muito amar, amor, casei.

Casei com o que realmente me agrega significado, que são meus filhos, minha mulher.

O homem vive em função de significados, e os mais simples são os mais complexos, tal qual se reproduzir, perpetuar, ou algo que nos é dado para amar: crianças.

Vejo homens que vivem em função de medos: não tem filhos...ou só tem um “só”!

Tenho filhos e também tenho medos, mas com eles compartilho momentos de bem e mal, quando caio eu sempre me levanto, por instinto que tenho pelo que plantei.

Sou portanto primitivo e feliz, louco e amado, doce e ardor.

E meu amor não morre comigo, tem vida própria e significado, destino certo e fadado, de trilhar os mesmos abismos que caminhei, mas com a mão de Deus e não só, como fui.

Mas graças a Deus voltei...

Que a alquimia preserve o que tiver de sagrado, que o gesto tranqüilize aquele condenado a condenar.

Que o perdão liberte o errado, que a vida não tenha encerrado a possibilidade de mudanças.

Mas o sentido que deixo é simples e calmo, como um parto sem dor, pois milagres acontecem e estão sempre a acontecer, acredite...

...e viva!



Sagrada Poesia

07.05,1998